VELA LATINA

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“EXODUS” – A MINHA 1ª LIÇÃO SOBRE ISRAEL



Aguçado o apetite a propósito de textos anteriores e o Médio Oriente, aproveito para lembrar um livro e autor lidos por volta de 82/83, que me fizeram pensar diferente em relação a Israel.
Leon Uris (Baltimore, 1924 – Nova Iorque, 2003), escreveu “Exodus” em 1958, uma obra de referência que descreveu da seguinte forma: "Mostrei o outro lado da moeda e escrevi sobre o meu povo que, com nada além de coragem, conseguiu realizar conquistas impossíveis... Exodus é uma obra sobre homens que lutam, que não pedem desculpas pelo fato de ter nascido judeus ou pelo direito de viver com dignidade”.
A obra-prima deste autor relata o advento do Estado de Israel, desde o dealbar do sionismo à independência em 1948. Descreve apaixonadamente os jovens combatentes judeus da clandestinidade e a sua épica luta pela fundação do novo Estado a partir do célebre caso do “Exodus”, um barco de refugiados judeus que, contra o embargo, consegue chegar ao seu destino – Israel.

Usando a sua condição de judeu americano descendente da perseguida comunidade judaica que fugira da Rússia dos czares, Uris deixou-se cativar por uma vida de pesquisa e aventura em torno de cada livro e, para além do êxito imparável nos EUA, tornou-se referência para os judeus da ex – União Soviética, pelas mãos de quem “Exodus” circulava como uma autêntica Bíblia proibida. Entre os seus escritos destacam-se, ainda, o romance “Mila 18” sobre a revolta do Gueto de Varsóvia e “Trindade”, um longo épico que retrata a luta da Irlanda para se tornar independente de Inglaterra, prova da sua admiração pelos sonhos “impossíveis” de povos castigados.



AINDA MST

Dois acrescentos e uma curiosidade em relação à questão de MST.
O primeiro é a penitência pela indesculpável distracção sobre o outro lado dos genes (Miguel Sousa Tavares não é só filho da mãe – Sophia de Mello Breyner, mas também do pai – Francisco Sousa Tavares, um grande jornalista e um articulista de inegável talento e frontalidade).
Sobre a chamada de atenção do Vladimiro Jorge no Efervescente, não podia estar mais de acordo no que diz respeito à questão do Médio Oriente, dos EUA e desse tão badalado velho artigo da “Grande Reportagem” sobre Estarreja. Noto, porém, dois factos que me dão que pensar: como estarrejense aflige-me o facilitismo naquela altura demonstrado por MST como jornalista; já como portista compreendo perfeitamente a irracionalidade de MST enquanto apaixonado pelo futebol (e realço que, tal como eu, ele é dos poucos portistas que não gosta de Pinto da Costa). Quanto a deixar de ler a “Grande Reportagem”, nem tanto ao mar... devo dizer que a revista tem muita qualidade (agora, aliás, sob a excelente liderança de Francisco José Viegas).
Por último a curiosidade – a propósito da polémica em volta do artigo de MST sobre Estarreja e a poluição – foi numa resposta a esse artigo que li com muito agrado, pela primeira vez, algo escrito pelo Dr. José Eduardo de Matos (que na altura não conhecia).



À PROCURA




"EQUADOR" - e se for uma questão de FILHO DE PEIXE?

Dois primos e amigos do coração ofereceram-me um presente repetido - "Equador" de Miguel Sousa Tavares - e isto seria absolutamente desinteressante se eu não soubesse existir da parte deles um resto de má relação com o autor e os seus escritos. Que raio se passa?
Para aí na 8ªa edição e batendo consecutivos recordes de vendas, o livro tem a virtude de trazer ao grande público um desconhecido autor que tem uma cara conhecida (um novo marketing mix case study?). Diferente de tudo o que MST escreveu antes, o romance é, para além de uma boa história bem escrita, suficientemente inteligente e leve para resultar numa combinação perfeita. Até vou gostando de algumas birras de MST, se bem que esta coisa de ser muito birrento não ser bom cartão de apresentação para ninguém. Mas que o homem tem um estilo de requintado e enigmático enfant-terrible aparentemente demolidor, lá isso tem... (novamente o marketing mix case study).
A grande surpresa foi ver aquelas duas almas que constantemente me ultrapassam pela direita e não suportam nem a maior parte das birras de MST nem os seus recorrentes tiques de esquerda, rendidas aos encantos dos escritos do filho de Sophia. Será que a genética chega aqui?
Por falar nisso, é imperdoável, mas ainda não ouvi Maria Rita...



DO "MARSALGADO" - A INTELECTUALIDADE VIA ESQUERDA BAIXA

Apesar de pura e simplesmente não conhecer Coimbra e, por isso, não saber ao certo de que ou de quem se fala, retiro do imperdível marsalgado dois pequenos apontamentos de Filipe Nunes Vicente que são tão actuais, cruéis e claros que até fazem impressão. Ou como diria o impagável Bruno Nogueria "tenho um grave problema: sou heterossexual!".

"PIERRE LE FOU: Leio no Público que o Prof. Pedro Dias, declarou que por ser "de direita e heterossexual" tem "dificuldade em entrar nos meios intelectuais conimbricenses". Já experimentou o Sr. Professor penetrar pela esquerda baixa? Se não, não se preocupe: nem todo o "meio intelectual conimbricense" (herdeiro do café Tropical que se celebrizou por assistir a discussões até às 5h da manhã sobre quem era mais marxista) escreve poesia juvenilóide, usa socas e lenços palestinianos, vive à base de fluoxetina, ou tem aquele ar urbano-depressivo comme il faut. Também há matemáticos, tradutores, fotógrafos, historiadores, que são vergonhosamente inteligentes, heterossexuais, pró-americanos, e que tomam banho todos os dias.

PS: se ainda insistir, escreva um ensaio sobre como as leoas são, na verdade, lésbicas de garras, e as femêas chimpazés preferem machos com quem possam falar sobre os problemas da primatologia pós-moderna. Vai ver que entra de caras nos «meios intelectuais conimbricenses».
posted by FNV"



O SENHOR DOS ANÉIS

"Gondor! Gondor, between the Mountains and the Sea!
West Wind blew there; the light upon the Silver Tree
Fell like bright rain in gardens of the Kings of old.
O proud walls! White towers! O winged crown and throne of gold!
O Gondor, Gondor! Shall Men behold the Silver Tree,
Or West Wind blow again between the Mountains and the Sea?"


A propósito de um comentário que inseri no blogspeak do Efervescente.
Peças de beleza infindável e inteligência feita tempo, como a que Tolkien escreveu tanto na trilogia do Senhor dos Anéis (SdA), como noutras publicações das quais destaco "O Hobbit", "Silmarillion" e "Os Contos Inacabados de Númenor e da Terra Média", são tão difíceis de encontrar que os tenho como um tesouro.



SOBRE O QUE SE DIZ

Há ainda e sempre algo a dizer sobre o que se diz, porque nenhuma discussão acaba. Não resta nunca só ouvir, mesmo que algum prazer more por aí, no sabor da preguiça que é ficar e rir das enormidades que se falam. E os homens falam como se cada um deles fosse o melhor do Mundo, falam como se estivessem no alto de pedestal que a humanidade venera. Convencimento provinciano, fantástico narcisismo. Para além de restos de discussão, por aqui circularão ligações a música, filmes, leituras, por aí fora.
Quanto à política pura e dura, ninguém é independente e muito menos eu o serei, nem a nossa gente permite que não nos sintamos, uma vez que é boa. O puro gozo deste blog até podia por si dizer muito sobre se me sento do lado esquerdo, se do lado direito. Prefiro pensar que, para além dos que sabem, não será difícil perceber o que aqui se apoia e quer, que liberdade se deseja. Aliás, como se sabe de que lado se senta alguém? Pergunta-se o que escolheria em caso extremo: a liberdade, ou a igualdade?
É fatal, como o destino.


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