VELA LATINA

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Verão Azul


A história de uma trupe de amiguinhos que passa umas férias inesquecíveis, é uma autêntica “série de culto”. Tito, Piraña, Pancho, Javi, Quique, Bia, Desi, Julia e Chanquete fizeram as delícias de intermináveis tardes das imensas férias grandes que duravam de meados de Junho a meados de Outubro. Da música que nos continua a fazer assobiar e soa pelos telemóveis à guitarra de Julia, da iniciação à consciência ambiental à “La Dorada” de Chanquete, ancorada no cimo de uma das colinas de Nerja, “Verão Azul” foi a nossa companhia televisiva mais desejada e é, por certo, uma das melhores recordações de quem tem 30-35 anos, ou perto disso.
Disponível desde Maio em DVD é um tesouro para tardes de feriado e fim-de-semana e, quem sabe, para por os filhos a ver qualquer coisa de jeito na TV.
O extraordinário êxito da série levou a TVE a repeti-la até à exaustão (entre 1980 e 2004!) e originou reacções tão curiosas quanto aquela que se pode ler no blog espanhol “La Guarida del Dragón” e que não resisto a reproduzir.

“El eterno retorno de Verano Azul
La tele española padece una crisis galopante de ideas y a las pruebas me remito. Enciendan ustedes la caja tonta a ver qué es lo que sale: Crónicas Marcianas, Gran Gorrino, mil y un programa de la cutre-rosa, series de producción propia sobre hospitales, policías, academias… Todo parece más visto que el vetusto TBO, porque no dejan de ser versiones de temas que ya han sido tratados hasta la saciedad por la producción extranjera y claro, cuando uno ve cosas como Un paso adelante y piensa en Fama, le entra la risa floja… Así pues, aquí va mi contribución a la ficción española: volvamos a los orígenes ¿Para qué copiar lo que viene de fuera cuando aquí tenemos buena materia prima ¿No hubo una segunda parte para Turno de Oficio o Brigada Central? Pues desde aquí propongo una secuela para la serie más desgastada de la televisión patria: Verano Azul.

Verano Azul: Veinte Años Después arrancaría de la siguiente forma. Julia, la pintora, retorna al pueblo veraniego donde se desarrolló la historia original, porque quiere ver qué ha sido de sus queridos niños y descubre más o menos lo siguiente:
Pancho ha dejado la lechería de sus tíos y ahora es Concejal de Urbanismo por cierto partido liberal. Se dedica a recalificar terrenos rústicos para que se puedan construir hoteles, edificios de apartamentos, complejos deportivos varios y un largo etcétera de cosas con bodoques y cementos varios.
Javi es arquitecto, como su papi y va periódicamente a ver a Pancho para ver cómo van las recalificaciones, así como a pagarle su parte en los beneficios que la construcción de todo lo anterior le reporta.
Quique lleva dieciséis años en la Facultad de Derecho, y aún con el Romano pendiente. Es el jefe de la tuna y se ha convertido en el “abuelito” de los chavales de negro.
Bea ha pasado por una etapa jipi y otra yupi y va camino de su tercer divorcio.
Desi logró desarrollar una exitosa carrera como modelo de gafas y ahora intenta dar el salto al cine, pero no pasa de teleseries de Antena 3 TV que invariablemente no van más allá del tercer episodio.
Piraña se ha convertido en un prestigioso chef que cuenta con un canal temático de cocina en una cadena de televisión por cable, aunque se rumorea que recibe dinero bajo cuerda de determinadas empresas alimentarias.
Por último, el joven Tito volvió al pueblo playero de su niñez y ahora se gana la vida como gigoló y chulo playero a tiempo parcial.
Julia ve el desastre individual y colectivo en que se han convertido todos y decide meterlos en vereda, aunque eso le lleve otro verano completo. Mi idea era hacer que en un episodio de corte “para-anormal” el espíritu de Chanquete se le aparezca y le diga algo así como: “Julia, tienes que encauzar a estos chavales. Debes intentar devolverlos al buen camino, menos al Pancho, que el muy cabrón recalificó los terrenos donde yo tenía La Dorada para hacer un campo de mini-golf. A ése me lo capas.” Etcétera, etcétera”
Icapote 2003-10-28

Delicioso!


Ajudar não custa


A CERCI de Estarreja é a beneficiária da bilheteira do espectáculo do próximo sábado, no Cine Teatro de Estarreja. Para mais o serão promete, com a qualidade da Tuna de Santa Joana e do A Par d`Ilhós Ensemble.
Ajudar não custa, até dá prazer. E são só 5 euros.


Escolas de Portugal


A última reunião para que fui convocado enquanto vereador com responsabilidades na área da Educação aconteceu na sede da Associação Nacional de Municípios e visou discutir como se processava e em que condições, o inglês nos 3º e 4º anos do 1º Ciclo do Ensino Básico, bem como o prolongamento de horário das Escolas até às 17:30h.
Presente, o Director Regional de Educação cismou em ensurdecer perante o desastre que a esmagadora maioria dos autarcas retractou, a propósito do referido prolongamento nas Escolas dos seus Municípios e proclamou repetidamente o estrondoso sucesso da medida. As autarquias, não tendo qualquer responsabilidade na estruturação desses prolongamentos e no seu funcionamento, são parceiros quase sempre ouvidos (se bem que neste processo, tal qual como os Pais e Encarregados de Educação e as IPSS, não foram tidos nem achados, pelo menos na concepção do modelo).

O que está a acontecer das 15:00h às 17:30h nas Escolas deste país?
Crianças do Pré-escolar e do 1º Ciclo misturadas, sem actividades planeadas, sem materiais nem espaços adequados;
Se inicialmente quase todos os Encarregados de Educação inscreveram os seus filhos nos prolongamentos, progressivamente os alunos mais endinheirados estão a voltar aos ATL das IPSS, onde têm Apoio Educativo, Leitura, Inglês, Natação, Informática, Pintura, Música, etc.;
Professores (muitas vezes de Ciclos diferentes das crianças) sozinhos, em alguns casos a tomar conta de 60 e 70 crianças(!);
Professores absolutamente desmotivados e contrariados a assegurar funções para as quais é necessária vocação, dedicação e planeamento.

O que deveria ter sido feito?
Ter concebido o modelo ouvindo as IPSS (mais de uma década de experiência e investimento em ATL) e as autarquias (que vêm desenvolvendo modelos de actividades extracurriculares, como em Estarreja a Escola Municipal de Desporto, o Teatro e a Música na Escola) que, desde que tivessem tempo e financiamento, poriam a funcionar um esquema organizativo de actividades para as crianças;
Ter promovido protocolos (caso a caso) com as autarquias e as IPSS de cada Município, procurando soluções “à medida” de cada Escola.

O que diz o Governo?
Que a medida é um sucesso porque abrange já 75% das Escolas…

Longe de mim defender a manutenção de privilégios desiguais dos Professores, ou defendê-los tout court, porque não precisam nem seria justo. O problema são as crianças e as condições em que as Escolas funcionam. O período das 15:00h às 17:30h não é menos importante que o período lectivo – as crianças são as mesmas, como são os mesmos os seus problemas, anseios e traquinices. Ou as condições de funcionamento da Escola se mantêm das 9:00h às 17:30h, ou então andamos, mais uma vez, a brincar com a Educação.


A Intifada Francesa - Esclarecimento


Para que não haja dúvida e porque, muito provavelmente, é culpa da forma como escrevi, quero esclarecer que quando usei a ironia na minha "nota final" do último post estava longe de imaginar que alguém pudesse interpretá-la como manifestação de racismo. Não sou racista e apenas quis abordar a grande confusão que causa a tanta gente a multidão racial que a Europa é - daí ter feito por salientar que muitos chamam "franceses" aos que se "parecem" como tal e esquecem a nacionalidade francesa e os direitos iguais de todos os descendentes de imigrantes - o mesmo se poderia dizer, aliás, de muitas outras situações por essa Europa fora.

Só espero, agora, que esta explicação termine com a ideia errada que a minha ironia possa ter originado. E já agora, aproveito para dizer que me orgulho muito de, em Luanda, me ter dado colo a ama D. Augusta, uma negra em casa de quem passei grande parte dos meus primeiros anos, tratado como igual às suas filhas - não sou racista, nem intolerante.


A Intifada Francesa - FAQ




Poucas coisas me têm impressionado tanto como esta dúzia de dias em que a França está a ferro e fogo. Primeiro porque andamos sempre convencidos que não acontece disto na Europa, depois porque nos lembramos que a Europa não é tão distante destas atitudes quanto isso (os genocídios dos Balcãs foram há tão pouco tempo...).
Ainda porque qualquer ignorante sobre a realidade francesa (como eu) terá algumas dúvidas às quais os comentários não vêm dando resposta.
1 - Se a luta dos "excluídos" (ou "escumalha", dependendo das versões) é contra os ricos, porque ardem Escolas, Bibliotecas e Transportes Públicos?
2 - Porque é que só se atribuem culpas a africanos (e aos magrebinos em particular), será mais racismo, ou será verdade?
3 - Porque demorou tanto a decretar o "recolher obrigatório", será porque sempre que olhamos à nossa volta em Paris vemos mais magrebinos, negros, asiáticos do que franceses*?

* - quando digo "franceses" refiro-me, de facto, a europeus, com aspecto europeu e que falam francês...


Quando for grande


A Blue Cooking (nº 1 - Outono - de uma promissora e belíssima edição trimestral) conta o jantar de fim de milénio que José Bento dos Santos, broker de metais e, por algum tempo, líder do cobre a nível mundial, ofereceu à sua família a 31 de Dezembro de 1999 (se bem que eu seja daqueles que acha que milénio e século só mudaram 1 ano depois...):

1 - Caviar da Casa Petrossian + Cuvée Frederic Emile, Sélection des Grands Nobles, 1989;
2 - Foie Gras (1 terrina de Jean Michel Lorrain e 1 confit de pato da autoria do anfitrião) + Château d`Yquem 1985;
3 - Lavagantes em cocotte + Le Montrachet 1983;

4 - Trufas Negras (semipreparadas por J. M. Lorrain) + La Romanée Conti 1989(!!!);
5 - Borrego (trazido do Mont S. Michel) com tomilho + Paulliac, Lafite Rostchild (Cabernet Sauvignon) 1982;
6 - Galo Capão (comprado na Feira de Freamunde, a 13 de Dezembro) em caldo de galinha e manteiga da Bretanha + Château Margaux 1982;
7 - Foie Gras cozinhados (1 bloc no sal e 1 bloc salteado a seco) + Château de La Fleur 1976(!);
8 - Galinholas desossadas com Foie Gras e Armagnac + Château Ausonne (Cabernet Franc) 1966 (!);
9 - Queijo "Torta del Casar" (Cáceres) + Vintage Fonseca 1963(!!!);
10 - Bolo de Chocolate (gâteau à la façon de Joel Rabuchon);
11 - Creme brulé (leite-creme de chá de jasmim) + Porto Noval Nacional 1958
(!!!);
12 - D. Perignon 1990, com as passas e as 12 badaladas.

Há sonhos que pintam as telas da nossa vida e aquelas coisas (como um jantar de 15.000 euros para 15 pessoas...) que vêm atrás do sonho do Euromilhões. Hoje ofereci a mim e mais 3 comensais (está bem, é tudo família mas foram sinceros nos elogios...) um jantar (é verdade, finalmente tive tempo para cozinhar...!):

1 - Cocktail (aperitivo) de Martini Rosso e Sumo de Laranja;
2 - Creme de Abóbora com tostas de queijo gratinado;
3 - Coelho à lionesa (guisado com molho de cenoura, salsa, ovo e natas) com arroz frito + Douro tinto DOC Castelinho 2003;
4 - COpo de Romã, avelãs e banana com iogurte natural + Gran Cremant Codorniu Semi-Sec.

Ainda tenho muito que andar... (também é verdade que não existem garrafeiras como aquela!!!). Quando for grande gostava de poder oferecer (e, já agora, saber fazer...) um jantar como o de José Bento dos Santos...

(A próxima incursão gastronómica será, claro, sobre a "pantorra"... até lá!)


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